sábado, 17 de maio de 2014

Top 10 músicas para o fundo do poço.

Pois é, pois é... Eu realmente estava animada e comprometida a postar frequentemente em um blog, mas a vida não é tão fácil assim e isso não aconteceu. A grande questão é: você demora milênios para postar, e quando posta, faz uma simpática lista intitulada de "top 10 músicas para o fundo do poço."
How sweet of you, Bárbara!

Convenhamos, meus caros amigos: a fossa, seja lá por qual motivo for - às vezes nem tem motivo aparente -, só se cura com música para fossa. Você se afunda nos acordes lentos, nos agudos dos cantores, e após uma ou duas doses de cantoria do refrão de "It must have been love", voilà: Você está novinho em folha!

Pensando em fazer um post de utilidade pública - ou só listando as músicas de fundo do poço na competição de profundidade entre eu e meu querido Filipe Sansoni no chat do facebook para uso posterior -, eis as melhores* músicas de fundo do poço pra vocês, queridos leitores que acabam se perdendo na interwebs e caindo aleatoriamente nesse blog.

*as músicas foram selecionadas por um comitê de profissionais (ou seja: eu mesma)

1. Roxette - It must have been love.



IT MUST HAVE BEEN LOVE
BUT IT'S OOOOOOOVER NOOOOOOOOW

Só tenho uma pergunta: Quem nunca?!
Grande Roxette... Ficar na fossa só é bom porque é uma desculpa pra cantar essa música. Mesmo que você não esteja passando por nada, se tiver a oportunidade de cantá-la, vai ver que um peso que você nem sabia que habitava o seu coração vai desaparecer.

God bless Roxette.


2. Lara Fabian - Love by Grace. 



Sim, a música de laços de família. É tão clássica, mas tão clássica, que se tornou símbolo de momentos tristes/catastróficos.


3. Bonnie Tyler -Total Eclipse of the Heart.



TURN AROOOOOOOOOUND BRIGHT EYES......

Ah, os DVD's de "100 love song's" que aquela sua tia compra nos carrinhos de pirataria... Pode fazer uma pesquisa: Não falta Bonnie Tyler em nenhum deles.

4. JoJo - Too Little, Too Late



Não tem no mundo pessoa que não se transforme ouvindo Too Little Too Late. Mesmo que você não esteja passando por nada no momento, às vezes você só tá... sei lá, de passagem no meio da C&A (isso já aconteceu comigo) e ela começa a tocar... Você sofre, meu amigo. Você bota a mãozinha no peito, faz aquela cara de bebê que acabou de chupar limão pela primeira vez e canta "you know it's just too little too late".

5. Céline Dion - All by Myself.



O HINO! All by Myself não precisa e nunca precisará de legenda. Qual música você vai ouvir enquanto desliza lentamente pela parede, segurando uma garrafa de bebida e deitando em posição fetal numa poça feita com suas próprias lágrimas?

6. White Lies - Change.



Vamos para uma não tão conhecida agora. White Lies é uma banda maravilhosa (sou praticamente "testemunha de white lies" então, sempre que eu puder, vou arrumar um jeito de fazer com que você pare por 5 minutinhos pra ouvir uma música deles). Change é aquela música que expressa perfeitamente o sentimento do término e vai cair como uma luva se isso vier a acontecer com um de vocês.

7. Keane - Somewhere Only We Know.



So. Much. Feelings. Nada mais a dizer.


8. Natalie Imbruglia - Torn
.

Alguém se lembra dos comerciais daquelas coletâneas especiais de músicas pra sofrer que passavam na televisão? Qual era sempre a primeira que tocava? Qual? Qual? Torn é aquela música que quase ninguém sabe o nome, mas que todo mundo sabe cantar no embromation. Você escuta o começo, para o que está fazendo/falando, bota o dedo pra cima em sinal de pausa e começa com o "anhaenned, dis is ráu ai fiu, nanananananan nananananananan". Haaaaaja coração...

9. Los Hermanos - A Flor.



"Ouvi dizeeeeeeer do teu olhar ao ver a flooooooooooor"

Olha o Brasil representando na renomadíssima lista de músicas para o fundo do poço! Ela não estaria completa sem uma música de Los Hermanos, principalmente uma música como "A Flor". É aquela velha história: Você ama perdidamente alguém que nem sabe disso, não tem coragem de se declarar e fica esperando que a pessoa perceba sozinha e retribua o amor. Pra piorar a situação, você tenta tomar uma atitude, a pessoa acha que foi outro alguém e se derrete de amores.
Se você nunca ouviu "A Flor" e se roeu porque já passou por uma situação dessas, nem comemore: isso ainda vai acontecer em algum momento da sua vida.

10. Céline Dion - My heart will go on.



Fossa que é fossa tem que ter Céline Dion. Fim.
Aos amigos que tem a "sorte" de estar na fossa na mesma época, ainda rola a clássica pose do titanic na frente de uma janela e de preferência no vento forte pra dar aquele efeito nos cabelos.



Pronto! Agora o google finalmente vai mostrar um resultado decente quando qualquer pobre alma que precise chorar as pitangas pesquise um top 10 de músicas para a fossa. Façam bom proveito e soltem todas as mágoas pra fora!


♥,
B.

terça-feira, 1 de abril de 2014

É chato ser adulto, né?!

Há umas semanas, encontrei um amigo na parada do ônibus na volta pra casa. Olhei bem para ele e não tive dúvidas ao perguntar se algo estava acontecendo.

— É chato ser adulto, né?

Passei uns dois minutos tentando processar o que ele quis dizer, enquanto lembrava de quando eu era pequena.

Quando cheguei na alfabetização, em 90% do tempo, a frase que mais saia da minha boca era: "Porque quando eu for primeira série...". Cheguei na primeira série e ela se tornou: "Porque quando eu for quarta série...". Ao chegar na quarta, era: "Porque quando eu for quinta série...". Na quinta, oitava; Na oitava, primeiro ano; No primeiro, terceiro; No terceiro, faculdade.
Ainda sentada no chão de uma sala iluminada apenas pela luz da lua que invade uma falha na persiana (você sabe, todas as cortinas desse tipo vêm com falhas. Já deixou de ser um defeito de fabricação e se tornou uma característica), vasculhando as várias pastas organizadas por categoria, ano, dia e relevância - já que eu acredito que o "setor" de memórias na nossa cabeça nada mais é que um daqueles escritórios policiais de filmes, onde alguém sempre invade no meio da madrugada, abre aqueles móveis enormes de arquivos e mexe em todos os casos organizados em ordem alfabética até encontrar o que lhe interessa - de recordações da minha vida, lembrei que, quando pequena, eu queria ser e fazer tudo o que eu sou e faço agora.

Eu praticamente implorava para que minha mãe me deixasse lavar a louça. Tinha prazer em pagar as contas do meu pai - com o dinheiro dele, é claro -; Brincava de trabalhar, de arrumar a casa, de me apaixonar... Andava o centro da cidade todo a pé com a minha mãe e ficava imaginando como seria mágico quando eu crescesse e fosse resolver minhas próprias coisas sozinha ou como eu me sentiria o máximo por saber pra onde cada um dos milhares ônibus poderia me levar. 
Aí o tempo passa, você pula de série em série, começa a ter que lavar a louça por obrigação, trabalhar de verdade (e muito! No meu caso, enfornada e engomada em um escritório de banco) pra ganhar o seu próprio dinheiro e ir, sozinha, andar no centro da cidade para pagar as suas próprias contas - depois de calcular qual dos milhares ônibus te levaria mais rápido ao seu destino, considerando o local, o horário do ônibus e, principalmente, o trânsito que vai estar congestionando as avenidas pelas quais quais ele passa.

Há um minuto atrás você era uma criança cuja maior preocupação era chegar a tempo de assistir "camundongos do campo e da cidade" e fazer o dever de casa para tirar notas boas e assim conseguir ser o que você sonhou para o seu futuro. Aí a vida adulta te acorda do seu sonho, acende a luz do quarto, desliga o ventilador, puxa seu pé, seu cobertor (ou essa seria a minha mãe?) e te obriga a ir viver a sua vida de adulto-que-sai-de-casa-de-manhã-cedo-e-só-volta-às-22h-após-a-faculdade. Seria bonito dizer que agora vamos descobrir os "prazeres" da vida, os caminhos que queremos seguir, nos descobrir, nos permitir, abrir as asas e soltar as feras, mas o negócio não é bem por aí não, meu amigo.

— Verdade - respondi, voltando a mim enquanto dava sinal para o ônibus — ser adulto é um saco.